História do Corfebol Corfebol (do holandês korfbal) é um desporto colectivo praticado principalmente na Holanda e na Bélgica.
Difere de outros desportos semelhantes porque é praticado por equipas mistas, formadas por quatro homens e quatro mulheres.
Algumas das regras peculiares desta modalidade devem-se ao facto de ter sido implantada e desenvolvida nas escolas holandesas. Nico B., professor da escola primária, cria e introduz o Corfebol com o intuito de suprir a necessidade de manter as crianças ocupadas e afastadas de problemas de delinquência juvenil.
Na época, viviam-se ainda na Holanda os efeitos da Revolução Industrial, os pais dos alunos trabalhavam geralmente mais de 12 horas por dia e as crianças ficavam grande parte desse tempo inevitavelmente sozinhas. Por outro lado, as equipas criadas por Nico B. eram constituídas por 12 elementos, 6 rapazes e 6 raparigas, o que era extremamente vantajoso em turmas muito grandes com cerca de 40 a 50 alunos, pois punha em prática, simultaneamente, 24 jogadores.
Muito importantes para a implantação desta modalidade foram as condições territoriais naturais holandesas, que incluem grandes espaços livres, relvados e planos. Por fim, o Corfebol surge como uma actividade mista, pois foi pensado e introduzido no contexto de uma escola protestante, mista, em que a coeducação jamais é posta em causa.
História do Corfebol
O Corfebol surgiu na Holanda em 1902, inventado por Nico Broekhuysen, inspirado num jogo sueco denominado "Ringball". Na Holanda, o "ring" (aro metálico) sueco foi substituído pelo "korf" (cesto de vime), originando o Korfball, que numa tradução livre significa bola (ball) ao cesto (korf) e cujo "aportuguesamento" conduziu a Corfebol. "Naquela altura a Associação de Educação Física de Amesterdão solicitava um jogo que pudesse ser praticado por jovens de ambos os sexos, não fosse muito dispendioso, solicitasse uma actividade física geral e que fosse atraente para os jovens. Um jogo com estes requisitos não existia mas Broekhuysen sentiu tê-lo encontrado na Suécia...". Teve uma boa aceitação e expansão da modalidade logo após a sua apresentação, e em 1903 constitui-se a Associação Holandesa de Corfebol.
Nos anos seguintes a actividade desenvolveu-se essencialmente na Holanda e junto dos mais jovens, vindo progressivamente a aumentar a sua popularidade e o número de praticantes, sendo actualmente cerca de 100 mil na Holanda. Em 1920, foi apresentada como modalidade de demonstração nos Jogos Olímpicos. Nessa altura a Bélgica inicia a sua prática e devido à sua proximidade geográfica com a Holanda, depressa se desenvolveu, levando à formação da Associação Nacional em 1921. Oito anos mais tarde, foi novamente modalidade de demonstração nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, em 1928. Em 1933 a modalidade sofre um novo impulso com a criação da IKF. Após a Segunda Guerra Mundial, inicia-se o processo de divulgação a nível mundial, começando pela Grã-Bretanha, Dinamarca, Alemanha, Espanha, Estados Unidos da América e Austrália. O número de países praticantes tem vindo a aumentar progressivamente.
Actualmente os países de Língua Portuguesa que praticam Corfebol são Portugal e Brasil.
Breve historial do Corfebol
1902 - Nico Broekhuysen cria o Corfebol
1903 - Associação Holandesa de Corfebol
1920 - Jogos Olímpicos de Antuérpia: apresentação do corfebol como modalidade de demonstração
1921 - Associação Belga de Corfebol
1928 - Jogos Olímpicos de Amsterdão: Corfebol como modalidade de demonstração
1933 - Federação Internacional de Corfebol (IKF)
1952 - Corfebol "indoors"
1978 - 1º Campeonato do Mundo de Corfebol (sub 21), Holanda
O Corfebol em Portugal
A primeira deslocação de uma equipa portuguesa à Holanda e Bélgica foi realizada em Março de 1985.
Em Portugal o corfebol tem cerca de 1000 atletas federados sendo a sua captação efectuada essencialmente ao nível do Desporto Escolar. Em termos geográficos, há uma predominância de atletas na zona de Lisboa.
Alguns dos principais clubes nacionais são o Clube de Carnaxide Cultura e Desportos , o Núcleo de Corfebol de Benfica , o Clube de Corfebol de Oeiras , a Escola Secundária de Carcavelos e o Grupo Desportivo dos Bons Dias.
Como qualquer outra modalidade, o Corfebol apresenta um conjunto de regras que lhe dá características próprias. A característica que o distingue de todos os outros desportos colectivos é o facto de ser misto: as equipas de Corfebol são constituídas obrigatoriamente por atletas de ambos os sexos.
O objectivo é introduzir a bola no cesto da equipa adversária.
O cesto é de verga e está colocado num poste a 3.50 m do solo. A bola é disputada por duas equipas de oito elementos, quatro rapazes e quatro raparigas (2 à defesa e 2 ao ataque), e só pode ser jogada com a mão. Não pode ser driblada e os jogadores não podem dar passos com a bola na mão.
A bola a utilizar é uma bola de futebol nº 5.
O campo de jogo é rectangular, de dimensões 40X20 metros, e encontra-se dividido ao meio por uma linha central.
Cada uma das zonas de divisão contém um cesto, colocado a 6.67 metros da linha de fundo. A 2.50 metros do cesto, no sentido da linha central, existe a marca de penalidade. Em cada uma das zonas são colocados 2 jogadores e 2 jogadoras de cada equipa, designados por "quadrado": numa zona haverá um quadrado atacante e na outra um quadrado defensivo.
Os jogos têm a duração de 1 hora, 2x30 minutos, com 10 minutos de intervalo. No início do jogo, da 2ª parte e depois de cada cesto marcado, a bola é jogada a partir da linha central (no meio desta).
Cada cesto equivale a um ponto.
Sempre que há cesto a bola é reposta pela equipa que o sofreu. Quando o somatório dos pontos das duas equipas é par (p.e. 1-1; 3-1; 2-2), as equipas mudam de zona. Isto significa que sempre que se marcam dois pontos, quem estava a defender passa a atacar e quem estava a atacar passa a defender. No início da 2ª parte, os quadrados atacantes (de ambas equipas) do fim da primeira parte mantêm-se, mas trocam de meio-campo.
A defesa deve ser individual e por sexo, o que quer dizer que cada jogador defensivo deve defender (marcar) um jogador atacante da equipa adversária do mesmo sexo. Não é permitido lançar ao cesto quando se está coberto (defendido ou marcado). Estar defendido é ter um adversário defensivo do mesmo sexo, à distância de um braço, entre si e o cesto e manifestando intenção de impedir o lançamento (de braço levantado).
É proibido:
-tocar a bola com a perna ou com o pé ou com o joelho
-bater a bola com o punho ou com o pé
-bater ou tirar a bola das mãos do adversário ou de um companheiro
-correr ou andar com a bola ou driblar
-lançar de uma posição defensiva
-lançar de uma posição defendida: entre o atacante e o cesto; de frente para o atacante; com o braço levantado à distância de um braço.